segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A VIDA

Espelho Tem Duas Faces

O dinheiro abre todas as portas, mas não mostra as saídas… A loucura tanto pode ser sombria quanto luminosa… A rejeição, um dos maiores venenos da alma, também constitui soro para a sua própria cura… Crenças positivas e negativas… 
Todos estes caminhos reproduzem, em escala menor, a mecânica essencial da vida. A vida em si é uma caminhada de mão dupla, e tudo depende da maneira como você se posiciona em relação a ela.
Quando somos crianças, cheios de sonhos, tendemos a fantasiar sobre a felicidade, achando que tudo que desejamos um dia pode se concretizar e, a partir daquele momento, seremos eternamente felizes. No entanto, quando concretizamos a primeira de nossas metas e , logo em seguida, percebemos que não estamos “tão felizes assim”, nos sentimos profundamente decepcionados e iniciamos uma etapa nefasta de nossa existência, acreditando que “a vida não presta” e a felicidade não existe.
Nem oito nem oitenta
Há uma música cuja letra diz “Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar”. Pois bem, esta é exatamente o sentido da vida. A teimosia da maioria das pessoas em reduzí-la a um único estado de espírito é o que as faz sofrer. O masoquista sofre toda vez que se sente bem; o brincalhão se desmonta quando alguém não ri das suas piadas; o chato fica “chateado” sempre que alguém não reclama da sua chatice…
A sua vida é muito mais do que o rótulo que os outros criaram para você!
Pode parecer absurdo, mas são inúmeros os casos de indivíduos que não suportam a idéia do próprio bem-estar e fazem tudo para voltarem a ficar mal. Como exemplo, imagine duas pessoas amigas que têm uma relação muito agradável. A certa altura, uma delas sente que estão ficando íntimas demais e chega ao seu limite. A partir deste momento, aciona um espécie de alarme interno, indicando que uma ameaça se aproxima e precisa ser evitada. Então, por conta do medo dessa ameaça, provoca uma situação de desentendimento, um aborrecimento para impedir que a intimidade continue.
A dificuldade de entrar em intimidade com o outro tem origem na infância. As razões são as mais diversas: proibição direta de estar próximo de alguém, ausência de outras crianças com as quais brincar, dificuldade no relacionamento com as figuras parentais, carência de modelos afetivos (pais que nunca trocam beijos e abraços na presença dos filhos) etc. Todas estas circunstâncias acabam sendo registradas e internalizadas pela criança até se transformarem em um padrão de vida inconsciente altamente proibitivo em relação à intimidade.
Muitas pessoas, nas suas primeiras experiências de contato durante a infância, foram traumatizadas física ou psicologicamente, agredidas, abusadas sexualmente e, na vida adulta, passam a ter medo de qualquer tipo de aproximação com outro ser humano. Privam-se da intimidade porque estão fixadas em situações vivenciadas na infância.
Outras enveredam pelo perigoso caminho dos jogos de sedução, e acabam perdendo as pessoas mais queridas. As mulheres que se valem o tempo inteiro da sedução para manter os homens a seu lado, escondem uma grande dificuldade de se entregarem. Aparentemente querem conquistá-los, mas na verdade possuem uma forte necessidade de subjugá-los e exercerem um domínio doentio sobre os parceiros. Não querem uma relação prazerosa, mas apenas provar que conseguem seduzir alguém.
Geralmente, essas mulheres foram seduzidas na infância ou na adolescência pelo pai e depois rejeitadas. Muitas vezes, tudo não passou de uma dedução paranóica a partir de alguns comportamentos do pai, mas a conseqüência negativa é inevitável: para se vingar da rejeição paterna, buscam seduzir todos os homens que encontram pela vida. Na verdade, os sedutores escondem uma grande frustração por não conseguirem formar vínculos afetivos mais profundos e se valem da sedução como um disfarce para a sua grande insegurança pessoal.
Estes e muitos outros exemplos comprovam que somos integrantes de uma cultura em que é muito mais fácil ficar mal do que bem.
Existe um sistema internalizado pela maioria das pessoas no qual, em comparação aos estímulos positivos, os negativos são muito mais freqüentes. Então, acostumam-se a conviver com situações desagradáveis e, mesmo quando possuem condições de experimentar momentos de plenitude e felicidade, acabam abdicando desse bem-estar por conta da necessidade ou do costume de estar mal. Já as pessoas que ao longo da vida apresentam um script positivo, procurando ficar de bem com a vida e com as pessoas, agem justamente de forma oposta, ou seja, quando se sentem desanimadas, tristes ou depressivas tomam logo uma atitude para ficar bem novamente.
É esta postura altamente positiva que você deve desenvolver, independente dos altos e baixos do dia-a-dia, porque eles jamais deixarão de existir.
A essência da vida está justamente nesse constante movimento de sobe e desce: um dia você está lá em cima, no outro, despenca vertiginosamente. Isso faz parte. São as regras do jogo, como se costuma dizer, mas cabe a você matar a bola no peito toda vez que ela for passada, não importando se ela foi mandada “redondinha” ou não. Se você decide estar vivo, os obstáculos não irão derrubá-lo(a). Pelo contrário, os momentos difíceis se tornarão menos angustiantes e as horas de prazer ainda mais intensas.
A maratona “Os Caminhos para a Vida” propõe-se justamente à ousada tarefa de ajudar as pessoas a tornarem os seus impulsos para a vida mais fortes do que os impulsos para a morte. Uma imagem que gosto de usar para que as pessoas compreendam a fundo a importância de desenvolverem os impulsos pró-vida e enfraquecerem os pró-morte é o próprio coração, o principal órgão do corpo humano associado à vida. Imagine se as pessoas já nascessem com o número de batimentos cardíacos pré-determinado, ou seja, a cada novo impulso do coração perdêssemos mais um segundo de vida. Pense em como seria fantástico se o processo se invertesse e, toda vez que a batida do coração ecoasse dentro do seu peito, você ganhasse mais um instante de vida. Maravilhoso, não?
Pois isso é perfeitamente possível, não do ponto de vista fisiológico, afinal a medicina ainda não descobriu como reverter o curso da morte. No entanto, se você aceitar que cada uma das situações enfrentadas diariamente corresponde a um dos milhares de batimentos cardíacos realizados pelo seu coração, e agir em relação a elas de uma maneira coerente e apaixonada, você as transformará em impulsos para a vida e passará a ter cada vez mais saúde e felicidade. Por isso, é muito importante que você desenvolva ferramentas para converter os estímulos negativos em positivos. E a maior de todas elas é, sem dúvida, o seu próprio compromisso com a vida.
Você deve estar se perguntando: “Mas como eu posso firmar o meu compromisso com a vida?”
A resposta é simples: corra o tempo todo atrás da sua bem-aventurança, mas não fique ansioso(a) pelo momento de alcançar a linha de chegada. A vida em si é uma grande maratona e todas as oportunidades acontecem durante o seu percurso.
Pondo-se no encalço da sua bem-aventurança, você se coloca numa espécie de trilha que esteve aí o tempo todo, à sua espera, e a vida que você tem de viver é essa mesma que você está vivendo. Quando você consegue ver isto, você começa a encontrar pessoas que estão no campo da sua bem-aventurança, e elas abrem as portas para você. Eu costumo dizer: Persiga a sua bem-aventurança e não tenha medo, que as portas se abrirão, lá onde você não sabia que havia portas . (Joseph Campbell)
Esteja bem, esteja em paz, mantenha em mente seus verdadeiros sonhos, suas necessidades, e fique tranqüilo, o universo conspira a seu favor.
 Extraído do Livro “Viver Vale a Pena do Dr. Gervásio Araújo”

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