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Por Walter Altino A greve dos professores da Bahia e a reformulação da política tradicional
A Bahia continua sendo singular , mas tão singular!, que ainda
aqui vale a máxima antiga de que “se pensar no absurdo na Bahia tem
precedentes!”. Assim verificamos que a Bahia da uma continuidade fiel as
suas tradições de herança colonial, quase feudal, que impera na
política baiana independentes de matizes partidária que assumam o poder .
Assim, quem pensou que herança autoritária, hegemonista,
centralista e conservadora morreria com o fim de Antonio Carlos
Magalhães estava enganado. Ela sobrevive e se reformula; agora com
matizes de centro direita, sobre o domínio do “PT local submetido ao
Senhor Wagner” . Hora o governador sobre como se adequar muito bem a
cultura política baiana , não só cooptando os quadros conservadores da
política clientelista de direita as chamadas viúvas do Carlismo ( a
exemplo de Oton Alemcar ,ou seu namoro com Cezar Borges e cooptação de
muitos dos que migram para a nova sigla do PSD ) , bem como operando o
uso de cooptação da maquina para impor sua política personalista e
centralizadora, tanto externamente ao poder legislativo e judiciário ,
mas também para dirimir possíveis oposições antes de nascerem dentro do
seu próprio partido o PT calado e domesticando possíveis liderança em
oposição a seu projeto como Pinheiro e Pelegrino.
Predomina então a essa lógica em continuidade a tradição clientelista,
onde todo mundo reza uma só cartilha: a política de ocupar uma fatia do
poder com ocupação de cargos no primeiro , segundo e terceiro escalão .
Dessa forma o Governador, operando muito bem dentro dessa lógica da
cultura política baiana neo-carlista, pode usar o chicote contras os
insurgentes da nova relação casa-grande/ senzala ; os quais são estes o
ultimo farol sinalizador de que ainda existes um sopro de república na
Bahia . São estes : funcionários públicos .
Com essa
categoria Wagner não negocia. Sejam eles da área da saúde , da educação
no nível médio e superior ou os militares. Ao contrário disso usa força
do Estado e de seu poder de influência para calar este movimentos , seja
usando a interferência externa do Poder Judiciário e da mídia , seja o
usando os mecanismo de coerção interna, como cortes de salários,
processo administrativo e demissão ( sendo estes dois últimos mais
especificamente usados no caso dos militares) .
Verificamos, assim, na greve atual como essa singularidade é expressa na
sua forma mas bizarra ! Ao ponto de colocar em cheque se há alguma
possibilidade de vislumbrar uma democracia republicana na Bahia , ou se
estamos ainda na era de Dão Pedro e toda a geração déspotas que o
sucedeu; cujo exemplo mas mórbido do período republicano na Bahia foi o
Senhor Antônio Carlos Magalhães. O seja o Governador usa de sua
influência para esmagar a greve dos professores pelo judiciário
submisso, com seus juízes capachos, ávidos por promoção , que facilmente
considera a greve ilegal para atender o perdido da corte; bem como
submete o poder legislativo a aprovar um projeto, que enterra qualquer
possibilidade de atendimento do pleito dos professores . Sendo sua ordem
seguida quase que acriticamente por todos os parlamentares da sua base,
os quais negando sua historia de ex-sindicalistas votam quase
unanimemente no projeto do governo, seja ele qual for .
O que nos coloca a refletir é se temos ou não uma república democrática
na Bahia, ou se não estamos condenados eternamente a viver em um
neo-feudalismo, onde ao invés de três poderes , verificamos o todo
poderoso poder executivo moderador e os seu vassalos no judiciário e no
poder legislativo.
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